quinta-feira, 26 de junho de 2008

18 - ALERGIA A ANESTÉSICOS LOCAIS.

Santos, Alfredo A.

Os anestésicos locais, que estamos referindo são os anestésicos de uso Odontológico,neste breve artigo, vamos nos ater a esclarecer, aspectos relacionados ao problema alérgico.
As reações de hipersensibilidade aos anetésicos locais (AL) são eventos extremamentes raros e quando ocorre em um indivíduo, tende a ser mais comuns com o uso de anestésicos locais dos tipos: éster (- COO -)prilocaína e tetracaina.
Já os do tipo amida(- NHCO -)Lidocaína, Prilocaína, Bupivacaína, Mepivacaína, Etidocaína.
Entre as alterações que indicam uma reação de hipersensibilidade aos anestésicos locais, podemos citar: urticária,exantema,broncoconstricção e reação anafilática grave, que para extinguir este tipo de reação atualmente já incorporam aos anestésicos locais (AL) novas substâncias vasocontritoras tais como fenilefrina, adrenalina, noradrenalina, levo-nordefrina.
Geralmente as reações de hipersensibilidade observadas após a injeção de uma solução anestésica, parece ser devido soluções contendo vasocontrictor, que na composição deste há antioxidantes do tipo sulfitos tais como metabissulfito de sódio (SO2), ou ácido paraminobenzóico-C7H7NO2 -(PABA)conhecida como Vitamina Bx, Bacterial vitamina H1 que podem causar tais problemas.
Se há relato do paciente relacionados a hipersensibilidade o paciente deverá apresentar um documento ou laudo médico/laboratorial que comprove reação a sulfitos. Soluções anestésicas com vasoconstrictores deste do grupo acima citado devem serem evitados.
Outros sinais e sintomas apresentados pelo paciente, podem não representarem uma reação alérgica, mas sim uma reação de origem psicogênica que caracteriza uma hipoventilação, vômito, náuseas,taquicardia,elevação da pressão arterial e dificuldade respiratória.
Estes sinais e sintomas são geralmente observados, porque os procedimentos odontológicos, geralmente representam motivos desencadeantes de ansiedade para muitos pacientes.
Caso o paciente tenha hipersensibilidade aos anestésicos do grupo ÉSTER, exclui a possibilidade de uso de outro do mesmo grupo, pois os compostos alergenos geralmente são o ácido paraminobenzóico ou o metasulfito de sódio. Anestésicos que na sua formula contenha estas substancias no grupo não devem serem usados.
Por outro lado os anéstesicos do grupo amida : lidocaina,prilocaina,mepivacaina,etidocaina, não exclui a possibilidade de utilização de outro anéstesico do mesmo grupo,com um vaso constrictor diferente do que apresentou a manifestação de hipersensibilidade neste grupo e podem serem controladas com medidas de suporte tais como: manutenção da respiração e o suporte respíratório, antihistamínicos, antiinflamatórios esteróides, para inibir os efeitos da histamina e outros mediadores químicos e inflamatórios.

Bibliografia Consultada:

1.ARAÚJO, L. M. T.; AMARAL, J. L. G. Alergia à lidocaína.
Relato de caso. Rev Brasileira de Anestesiologia, Rio de Janeiro,
v. 54, n. 5, p. 672-676, set./out. 2004.

2. BRKOVIC, B.; TORODOVIC, L.; STOJIC, D. Comparison of
clonidine and epinephrine: anaesthesia for lower third molar
surgery. Int J Oral Maxillofacial Surg, Copenhagen, v. 34, n.
4, p. 401-406, Jun. 2005.

3. DE CASTRO, F. C.; MENESES, M. T. V.; PORDEUS, I. A.;
PAIVA, S. M. Tratamento odontológico no período da gravidez:
enfoque para o uso de anestésicos locais. JBC, Curitiba,
v. 6, n. 31, p. 62-67, jan./fev. 2002.

4. FARIA, F. A. C.; MARZOLA, C. Farmacologia dos
anestésicos locais – considerações gerais. BCI, Curitiba, v. 8.
n. 29, p. 19-30, jan./mar. 2001.

5. FERREIRA MBC. Anestésicos locais. In: Fuchs FD, Wannmacher L (eds).
Farmacologia clínica. Fundamentos da terapêutica nacional. Rio de Janeiro,
Guanabara Koogan, 1998. p.15-64.

6. TORTAMANO, N.; SOARES, M. S.: MIGLIORATI, C.A. Anestésicos locais. In:
TORTAMANO, N. Terapêutica Medicamentos em Odontologia. São Paulo, Ed.
Médica, 1990, p. 245-56.

7. YAGIELA JA., Neidle EA, Dowd FJ. In: Local anesthetics, editoris. Pharmacology
and therapeutics for dentistry. 4th ed. St. Louis: Mosby; 1998. p. 217-34.

8. YAGIELA JA., Dione RA, Phero JC, Becker DE. In: Local anesthetics, editors. Pain
and anxiety control in dentistry. Philadelphia: W.B. Saunders; 2002. p. 78-96.

9. Para-aminobenzoic Acid poisoning. "National Institute of Healt: National Library of Medicine (2007). Retrieved on 2007-06-19.

10. P.J.Osgood;S.H.Moss;D.J.Davies (1982)."The sensitizathion of near-ultraviolet radiation kilig of mammalian cells by the sunscreen agent para-aminobenzoic acid". Journal of investigative Dermatology 79 (6): 354-357.

8 comentários:

Leo disse...

Olá, seu artigo fala sobre o que estava pesquisando. Minha esposa teve problema de alergia (sua garganta começou a fechar) a anestesia e gostaria de saber onde e como podemos fazer testes para identificarmos o componente que causou a alergia já que devido a este fato ela parou um tratamento odontológico. Muito obrigado, estou em São Paulo.

Alfredo Santos disse...

Leo... precisamos de algumas referencias: qual anestésico, marca, favor enviar E-mail para respostas.
ortodontoclinica@gmail.com

Elizabeth disse...

Boa noite Alfredo!
Em maio de 2007 eu tive um edema de lingua após ingestão de frutos do mar...nessa época eu estava em tratamento odontológico mas meu alergista não permitiu que eu terminasse um canal, por causa da anestesia, desde que fosse em um ambiente hospitalar.O resultado da IGE era de 1.521.
Você acha que há riscos de fato??

Obrigada.

Leo disse...

Olá Dr. Alfredo, obrigado pela resposta e desculpe a demora, já que estávamos "caçando" a Dra. que fez a anestesia para saber exatamente do que se tratava a substância. Foi utilizado o lidostesim (cloridrato de lidocaína com norepinefrina, substância anestésica). Estou enviando esta mensagem também para o email conforme solicitado.

Alfredo Santos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Alfredo Santos disse...

Oi Elis! desculpe a demora da resposta, mas com esta quantidade de IGE, que é o exame para prova de sensibilidade, aproveitando estamos respondendo ao Leo e sua esposa, possívelmente voce pode ficar sensibilizada, após uma injeção da solução anestésica, pode se tornar um fator desencadeante, pode ainda depois do tratamento não haver nenhuma alergia ao anestésico apenas potencializar o efeito, a quantidade deve ser menor 50% para produzir o mesmo efeito da dose do tubete o que chamamos dose letal 50. Mas pode não haver absolutamente nada. tratando-se de anestésico! prudência? é bom usar anestésicos que contenha um anti-alérgico.

Carol disse...

Boa tarde!
Estou fazendo um tratamento de canal e as dentistas aplicaram lidocaína. Na primeira aplicação, tive uma reação estranha:taquicardia e um crise forte de asma. A Dentista não acreditou. Na outra aplicação senti os mesmos sintomas, acrescidos de tonteira e queimação na face. Ela aplicou várias vezes e como meu canal estava inflamado, a anestesia não pegou direito. Mas foi o suficiente para agravar o meu quadro asmatico e de taquicardia. Isso pode ser uma reação alérgica?

Alessandra disse...

Ola toda vez que vou ao dentista e ela aplica anestesia tenho, taquicardia, tontura, pressão sobe, moleza nas pernas e a visão escurece
Alessandra